TCC Para Depressão: Evidências Científicas
Existem vários fatores que contribuem para que os sintomas depressivos apareçam e se instalem. Aaron Beck e Keith Bredemeier, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, falam de uma “tríade cognitiva” (crenças depressivas sobre si mesmo, o mundo e o futuro), que é instalada quando se há:
- Predisposição genética;
- Experiências primitivas negativas ou trauma.
Em outras palavras, ter nascido num lar pouco afetuoso ou ter vivido uma experiência negativa muito marcante na infância faz com que assimilemos que não somos capazes de sair de situações problemáticas, que o mundo é tão hostil quanto nosso antigo lar e, consequentemente, que o futuro não vale a pena ser vivido.
Isso ocorre porque, diante de uma perda, nosso corpo aprende reservar recursos essenciais, nos levando ao retraimento e à inatividade.
Porém, quando nosso comportamento sofre tal alteração, a tendência é que nossas fontes de prazer também diminuam, pois passamos a nos esforçar menos no trabalho, nossas notas escolares caem, o que gera menor reconhecimento e afeta a autoestima, nossas atividades sociais rareiam ou cessam, o que nos leva a crer que não somos tão queridos, nossa alimentação cai em qualidade, o que afeta toda a nossa rotina de saúde, incluindo sono e imunidade, por exemplo, sem falar no desânimo para praticar atividade física – que por si só já é uma grande arma contra a depressão.
Para quebrar então o poderoso ciclo da depressão, está novamente confirmado todo o espectro de ferramentas que a terapia cognitivo-comportamental nos dá, uma vez que ela propõe uma saída prática através de exercícios e reformulação de crenças.
Está também confirmada a importância do tratamento medicamentoso, uma vez que as crenças geram descargas bioquímicas no cérebro que, por sua vez, reforçam as próprias crenças.
Portanto, quanto mais completo for o cuidado ao depressivo, maiores as chances dele sair definitivamente deste ciclo.
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Referência: Beck, A., Bredemeier, K. (2016) Clinical Psychological Science, 4, 596-619.
